O cenário musical brasileiro nunca esteve tão saboroso. O projeto musical 3 na massa mistura vozes femininas à sonoridades que lembram canções francesas dos anos 60, resultando na mais gostosa promessa musical de 2008.
Assim como o projeto paralelo Orquestra Imperial, formado por músicos em rotação, como Seu Jorge, Rodrigo Amarante e Thalma de Freitas, 3 na massa surpreende pela diversidade de composição e influências diversas. A “massa”, como sugere o nome, é moldada pelas mãos hábeis dos músicos da Nação Zumbi, Pupillo e Sucinto Silva, além do músico paulista Rica Amabis, do grupo Instituto. A intenção era compor uma mistura que desse novo sabor à música pop-eletrônica nacional, abusando de barulhinhos e efeitos sonoros diversos.
O recheio é formado pelas composições de Rodrigo Amarante, Lirinha, Jorge du Peixe e outros. Suas letras salpicam o refinamento das canções. Recheadas de segredos amorosos, frustrações e experiências típicas do universo feminino, elas dão o tom da inocência, mas sem banalizar. Já o tempero fica por conta das participações femininas mais que especiais, que juntam nomes como Thalma de Freitas, Céu, Leandra Leal e Nina Becker, entre tantas outras. Nessa mistura, há ainda um contato intercontinental: Nina Miranda, a vocalista brasileira da indefinível banda inglesa Smoke City, também dá a sua contribuição, na faixa “Morada Boa”.
3 na massa é uma colagem musical; utiliza influências externas, mesclas de hip-hop e jazz, sem negar o encantamento da boa música brasileira. Depois de estrear no My Space, eles lançam seu primeiro cd, "Na confraria das Sedutoras", confundindo qualquer um que possa pensar em colocar rótulos em sua sonoridade. A textura do disco é marcada pelas distorções eletrônicas combinadas com o baixo e a bateria dos músicos da Nação Zumbi. Essa combinação entre o eletrônico e os instrumentos tocados cria uma harmonia sonora digna de se ouvir com os olhos fechados.
O peso dos metais convive perfeitamente com as distorções, como em “Sem Fôlego”, interpretada por Lourdes da Luz, da banda paulista Mamelo Sound System. No início da canção, nos acostumamos com os efeitos eletrônicos; quando de repente, os intrumentos tocados invadem a música, além do vocal marcante e da levada hip-hop, sem que isso cause estranhamento. Neste álbum, o inusitado torna-se comum, e a naturalidade guia a cadência das músicas.
Definir seria limitá-los: 3 na massa transcende os limites da música facilmente cantarolável. A sensualidade das vozes femininas provoca sem vulgarizar. Exemplo perfeito disso é a faixa “Certeza”, cantada pela atriz e cantora Leandra Leal; sua narração em francês nos faz visualizar uma lolita francesa, e é digna de fascínio.
A maior beleza do disco está nas diferenças entre uma faixa e outra; em uma, um molho picante e fervente; em outras, uma sutil pitada de açúcar. Destaque para a inocente “Tatuí”, que na voz de Karine Carvalho lembra uma frustrada paixão adolescente; ou ainda para a sensualidade agressiva de “Pecadora”, embalada pela voz fantasiosa de Simone Spoladore. Há faixas em que a canção adquire tom de narrativa, como em “Certa Noite”, na voz de Alice Braga.
Esses contrastes fazem do disco um delicioso aperitivo para todas as horas. 3 na massa tanto poderia ninar o sono de um bebê, quanto servir de trilha sonora a um lascivo caso de amor. A consistência dessa massa está na criatividade do grupo, que é, antes de tudo, uma conjugação perfeita do paladar musical de cada integrante.
A extrema ousadia embrulha essa mistura sonora em papel especial, e o presente fica para os nossos ouvidos. Nada mais agradável.
Assim como o projeto paralelo Orquestra Imperial, formado por músicos em rotação, como Seu Jorge, Rodrigo Amarante e Thalma de Freitas, 3 na massa surpreende pela diversidade de composição e influências diversas. A “massa”, como sugere o nome, é moldada pelas mãos hábeis dos músicos da Nação Zumbi, Pupillo e Sucinto Silva, além do músico paulista Rica Amabis, do grupo Instituto. A intenção era compor uma mistura que desse novo sabor à música pop-eletrônica nacional, abusando de barulhinhos e efeitos sonoros diversos.
O recheio é formado pelas composições de Rodrigo Amarante, Lirinha, Jorge du Peixe e outros. Suas letras salpicam o refinamento das canções. Recheadas de segredos amorosos, frustrações e experiências típicas do universo feminino, elas dão o tom da inocência, mas sem banalizar. Já o tempero fica por conta das participações femininas mais que especiais, que juntam nomes como Thalma de Freitas, Céu, Leandra Leal e Nina Becker, entre tantas outras. Nessa mistura, há ainda um contato intercontinental: Nina Miranda, a vocalista brasileira da indefinível banda inglesa Smoke City, também dá a sua contribuição, na faixa “Morada Boa”.
3 na massa é uma colagem musical; utiliza influências externas, mesclas de hip-hop e jazz, sem negar o encantamento da boa música brasileira. Depois de estrear no My Space, eles lançam seu primeiro cd, "Na confraria das Sedutoras", confundindo qualquer um que possa pensar em colocar rótulos em sua sonoridade. A textura do disco é marcada pelas distorções eletrônicas combinadas com o baixo e a bateria dos músicos da Nação Zumbi. Essa combinação entre o eletrônico e os instrumentos tocados cria uma harmonia sonora digna de se ouvir com os olhos fechados.
O peso dos metais convive perfeitamente com as distorções, como em “Sem Fôlego”, interpretada por Lourdes da Luz, da banda paulista Mamelo Sound System. No início da canção, nos acostumamos com os efeitos eletrônicos; quando de repente, os intrumentos tocados invadem a música, além do vocal marcante e da levada hip-hop, sem que isso cause estranhamento. Neste álbum, o inusitado torna-se comum, e a naturalidade guia a cadência das músicas.
Definir seria limitá-los: 3 na massa transcende os limites da música facilmente cantarolável. A sensualidade das vozes femininas provoca sem vulgarizar. Exemplo perfeito disso é a faixa “Certeza”, cantada pela atriz e cantora Leandra Leal; sua narração em francês nos faz visualizar uma lolita francesa, e é digna de fascínio.
A maior beleza do disco está nas diferenças entre uma faixa e outra; em uma, um molho picante e fervente; em outras, uma sutil pitada de açúcar. Destaque para a inocente “Tatuí”, que na voz de Karine Carvalho lembra uma frustrada paixão adolescente; ou ainda para a sensualidade agressiva de “Pecadora”, embalada pela voz fantasiosa de Simone Spoladore. Há faixas em que a canção adquire tom de narrativa, como em “Certa Noite”, na voz de Alice Braga.
Esses contrastes fazem do disco um delicioso aperitivo para todas as horas. 3 na massa tanto poderia ninar o sono de um bebê, quanto servir de trilha sonora a um lascivo caso de amor. A consistência dessa massa está na criatividade do grupo, que é, antes de tudo, uma conjugação perfeita do paladar musical de cada integrante.
A extrema ousadia embrulha essa mistura sonora em papel especial, e o presente fica para os nossos ouvidos. Nada mais agradável.
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