Essa coisa de ser como árvore me incomoda. Já dizia Eça de Queiroz que "a vida é essencialmente vontade e movimento". Não sou árvore, não quero ser árvore, mas preciso ser, e confesso que sou. Preciso de minhas raízes, se saber onde eu começo para entender onde eu termino. Preciso me fincar, nem que por pouco tempo: ter meu ancoradouro. Me agrada mais a idéia de ser catavento, que a cada giro mostra uma cor diferente. Mas é preciso ter cautela, saber que até para ser catavento há que se estar submetido a alguma coisa, afinal, é estar totalmente a mercê da vontade do vento. Quero mesmo é ser metade árvore, metade vento. Vento para nunca parar de soprar, e árvore para sempre ter debaixo de onde descansar. - pensava ela debaixo de uma aconchegante árvore, enquanto o vento soprava ligeiro o tédio de uma manhã de terça-feira.
23 de novembro de 2009
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